Professora de ioga criou um projeto para levar os benefícios da atividade aos moradores da região
Por Thaís Meinicke Atualizado em 5 dez 2016, 11h26 - Publicado em 5 mar 2016, 01h00
A história de Ana Olívia Cardoso é típica de uma cidadã do mundo. Nascida na cidade de Coimbra, em Portugal, onde se formou em direito, viveu na Alemanha e na Espanha, sempre atuando na área social. Em 2010, uma viagem de férias à América do Sul mudou seu destino. “O Rio foi o primeiro lugar que visitei, e eu me apaixonei”, recorda. “Conheci a Rocinha e prometi a mim mesma que voltaria para trabalhar em alguma favela.” Dito e feito. Em 2012, cá estava ela para dar aula de espanhol como voluntária na comunidade de Parada de Lucas e, depois, na ONG Redes de Desenvolvimento da Maré, onde está até hoje. Quatro anos depois, já totalmente adaptada à vida carioca, ela mora no Leme, trabalha como pesquisadora e comanda o próprio projeto, Yoga na Maré, em que ministra aulas gratuitas dessa prática aos moradores do complexo de favelas, uma das regiões mais violentas do Rio. “Com a ioga, aprendemos a cuidar do corpo e da mente. Eles vivem uma rotina muito estressante, e eu quero ajudá-los a ter um pouco de tranquilidade em meio ao caos, a respirar e manter a calma no dia, explica.
“Quero ajudar as pessoas da Maré a ter um pouco de tranquilidade em meio ao caos”
A escolha da ioga veio a partir de sua experiência pessoal. “Comecei a praticá-la logo que cheguei ao Rio, e a atividade me fez tão bem que tive vontade de passar isso a outras pessoas”, conta. Após concluir um curso de formação, Ana Olívia conseguiu, em junho do ano passado, uma sala na sede da ONG para que pudesse iniciar as aulas. “Fiquei surpresa com o interesse dos moradores, a turma ficou completa muito rápido”, lembra. Hoje o projeto tem 65 alunos inscritos e há até fila por uma vaga. “Neste primeiro momento, abri os braços para todos em uma turma só, mas minha ideia é poder criar uma grade com horários diferenciados, de acordo com o perfil dos alunos”, conta a professora, que planeja ainda desenvolver um curso que possibilite a moradores da região se tornar professores de ioga. Pensando nessa expansão, Ana Olívia começará no próximo mês uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar verba para o projeto.
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